quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alexandre Carvalho - Arte HQ - 0003

Sete preceitos básicos para a construção

de personagens para novelas gráficas



1 - O design do personagem não é um fim em si mesmo
O objetivo do desenho de personagem para novela gráfica é a narrativa, não a criação de imagens. Ao contrário do desenhista de ilustrações, por exemplo, o novelista gráfico tem de colocar o personagem totalmente a serviço da narrativa e nunca como peça meramente decorativa.

2 - Os personagens de quadrinhos são seres sequenciais
Ao criá-los, é preciso que se tenha em mente que eles serão desenhados dezenas, centenas, quando não milhares de vezes. E com frequência não serão constantes de um desenho ao outro; e tampouco deveriam ser. No entanto, vale  lembrar que a complexidade e a disparidade desnecessárias podem causar incômodo e distração ao leitor.

3 - O atrativo de um personagem depende do seu contexto
Em outras palavras, o que funciona para um autor em uma história dirigida a um determinado público pode não funcionar para outro. Deve-se levar em conta também que os leitores raramente interpretam a história da mesma forma que o autor.

4 - Os “maus desenhos” podem ser muito eficazes
Alguns desenhos que carecem de elementos mais clássicos ou refinados das artes visuais, tais como simetria, consistência e proporções, por exemplo, acabam tendo resultados perfeitos para a história que ilustram. Quando se faz de propósito, se ajuda a história e não acarreta nenhuma distração, não existe mau desenho. Uma certa tosquice  é, muitas vezes, a chave para conseguir autenticidade e credibilidade. Ao passo que um desenho muito polido e esquemático pode, por vezes, dependendo do contexto, resultar bastante vazio.

5 - Nem sempre é bom ser facilmente reconhecível
Pode ser uma boa estratégia optar por desenhos mais simples para os personagens de menor importância, ou personagens de fundo, de maneira que não se sobreponham aos personagens principais.

6 - Os roteiristas também são designers de personagens
Em uma colaboração entre roteirista e desenhista, o conteúdo e o aspecto de um ou mais personagens, muitas vezes, podem surgir já no conceito detalhado apresentado pelo autor em seu roteiro.

7 - O design dos personagens não surge do nada
É de extrema importância estudar a obra de outros quadrinhistas, ilustradores, artistas visuais, escritores, cineastas; outras formas artísticas, culturas, costumes, épocas históricas, enfim, tudo que possa acrescentar um pouco ou até muito às ideias. As influências e as comparações são fundamentais para o desenvolvimento da obra de cada um.



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