Sete
preceitos básicos para a construção
de
personagens para novelas gráficas
1 - O
design do personagem não é um fim em si mesmo
O objetivo do desenho de personagem para novela gráfica é
a narrativa, não a criação de imagens. Ao contrário do desenhista de
ilustrações, por exemplo, o novelista gráfico tem de colocar o personagem
totalmente a serviço da narrativa e nunca como peça meramente decorativa.
2 - Os
personagens de quadrinhos são seres sequenciais
Ao criá-los, é preciso que se tenha em mente que eles
serão desenhados dezenas, centenas, quando não milhares de vezes. E com
frequência não serão constantes de um desenho ao outro; e tampouco deveriam
ser. No entanto, vale lembrar que a complexidade e a disparidade
desnecessárias podem causar incômodo e distração ao leitor.
3 - O atrativo de um personagem depende do
seu contexto
Em outras
palavras, o que funciona para um autor em uma história dirigida a um determinado
público pode não funcionar para outro. Deve-se levar em conta também que os
leitores raramente interpretam a história da mesma forma que o autor.
4 - Os “maus desenhos” podem ser muito
eficazes
Alguns
desenhos que carecem de elementos mais clássicos ou refinados das artes
visuais, tais como simetria, consistência e proporções, por exemplo, acabam
tendo resultados perfeitos para a história que ilustram. Quando se faz de
propósito, se ajuda a história e não acarreta nenhuma distração, não existe mau
desenho. Uma certa tosquice é, muitas
vezes, a chave para conseguir autenticidade e credibilidade. Ao passo que um
desenho muito polido e esquemático pode, por vezes, dependendo do contexto,
resultar bastante vazio.
5 - Nem sempre é bom ser facilmente
reconhecível
Pode ser uma
boa estratégia optar por desenhos mais simples para os personagens de menor
importância, ou personagens de fundo, de maneira que não se sobreponham aos
personagens principais.
6 - Os roteiristas também são designers de
personagens
Em uma
colaboração entre roteirista e desenhista, o conteúdo e o aspecto de um ou mais
personagens, muitas vezes, podem surgir já no conceito detalhado apresentado
pelo autor em seu roteiro.
7 - O design dos personagens não surge do
nada
É de extrema
importância estudar a obra de outros quadrinhistas, ilustradores, artistas
visuais, escritores, cineastas; outras formas artísticas, culturas, costumes,
épocas históricas, enfim, tudo que possa acrescentar um pouco ou até muito às
ideias. As influências e as comparações são fundamentais para o desenvolvimento
da obra de cada um.
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